NARRATIVAS DA VIOLÊNCIA: O BRASIL DE PERTO E DE DENTRO
O presente projeto pretende investigar as narrativas fílmicas (desde o cinema até os vídeos
caseiros disponibilizados em redes sociais) construídas em torno da questão da violência e o
espaço globalizado brasileiro atual, considerando-as como dispositivos que permitem repensar o
real a partir de suas ficcionalizações / documentações arquivísticas - pensando aqui o
documentário como ficção e suas possíves relações ambivalentes. Sejam as Jornadas de Junho de
2013, ou o cinema indígena ou ainda as narrativas debruçadas sobre o cotidiano urbano no Brasil,
o objetivo é construir um panorama crítico tanto histórico quanto calcado nas diferentes
geografias culturais a partir de uma análise das imagens criadas. Comparando estes exemplares
visuais entre si e com exemplares do cinema produzido em períodos similares como nos 1960 no
país, por diretores consagrados como Glauber Rocha, Andrea Tonacci ou Rogério Sganzerla, entre
outros, assim como com narrativas advindas da literatura e das elucubrações teóricas da
geografia e urbanismo, nossa hipótese é da repetição de tais traços da violência urbana sendo
replicados em espaços considerados não-urbanos, produzindo imagens cada vez mais aterradoras
e destrutivas, assim como a importância do cinema e seus derivados como mídia(s) narrativa(s)
específica(s) para explicitação destes mesmos eventos dado sua idiossincrática relação com os
mecanismos perceptivos, considerando inclusive sua domesticação seja através da TV, das mídias
sociais e vídeos caseiros. Além disso, gostaríamos de discutir os novos modelos de produção de
imagens filmicas domésticas como novas formas de expressar e ampliar esteticamente o campo
das narrativas na contemporaneidade.
PESQUISADORES
GUSTAVO SILVEIRA RIBEIRO
COORDENADOR
FREDERICO CANUTO
PESQUISADOR
PEDRO RENA
BOLSISTA (2017)