DEFAULT URBANO
As cidades são submetidas exaustivamente aos padrões sem a qualificação de seus espaços de uso coletivo. O espaço público constituído enquanto fruto do consumo dos interiorismos e domesticidades tornadas mercadorias, resulta na homogeneização das cidades para um cidadão apático e reificado. Nessa relação das pessoas e espaço, o consumo tem papel protagonista não apenas pelo poder de transformar tudo em cifras, mas pela potência de tudo tornar mais do mesmo.
Os defaults são padrões, erros que tendem a ser reproduzidos infinitamente. Tais padrões são aplicados pelo mercado pois confere status de mercadoria desejável, pela acomodação ou para garantir uma situação que é, essencialmente, interior.
A negação do exterior em benefício do que interno é estanque, controlado e asséptico, faz com que a aparência externa seja apenas consequência, desprovida de qualquer organização que não seja um mostruário /vitrine de produtos e mercadorias.
Sendo tais padrões construídos por uma omissão imaginativa, o que resta sãodefaults, definidos aqui como configurações repetidas a exaustão, ou erros continuamente em produção. O projeto “Default Urbano” pretende explicitar os padrões com os quais as cidades vem sido conformadas na contemporaneidade.